terça-feira, 30 de junho de 2009

Evento.

Evento:
Acontecerá de 13 a 15 de setembro o festival da música de Três Pontas. O anfitrião, é ninguém menos que o maior ídolo da cidade: Milton Nacimento. Com certeza estarei lá.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Tá corrido...

Estou de volta:

Após uma semana visitando à trabalho, as cidades do sul mineiro, que possui sua economia sustentada pelo cultivo do café. Estou de volta.

Participativos:

Algumas coisas me chamaram atenção, nos eventos que participei: o alto nível de politização da região.

Três pontas:

Das cico cidades mineiras que visitei, a que mais me surpreendeu foi Três Pontas, a terra natal de Milton Nacimento. Onde tive oportunidade de participar do Fórum de Educadores Infantis do Sul Mineiro, e da XI Conferência de Direitos da Criança e do Adolecente da cidade.
Limeira está a km. à traz, da pacata cidade de 55 mil habitantes nessa área.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Notas.

Valmir Caetano:

O mago da política limeirense, Valmir Caetano, parece que está apaixanonado pelo novo bar The Player, na av. Piracicaba. Sempre menciona o estabelecimento em sua coluna do JL, e já está mandando até releese sobre o local. Tem gente especulando, que o articulista poderia ser um dos donos do local.

Mineiro:

Caetano, tem um jeito ''mineiro de ser''. Ocupou a função de braço direito da adm. tucana, durante oito anos. E mesmo assim, faz questão de não andar de carro novo. E continua morando no Antonio Brigatto. Um bairro pacato, da periferia limeirense, nas imediações do pq. Hipólito. Católico praticante, acredito que Valmir, é uma espécie de ''franciscano'' dos século 21. Do tipo que entendeu as palavras do mestre, quando disse:
Sendo como se não fosse. E tendo, como se não tivesse.

Duas mulheres:


Nas eleições de 2010, deveremos ter duas representantes da ala feminina: Constância, a primeira dama, para estadual, e a ex. candidata a prefeita pelo PCB, Ana Carolina, para federal.

Senado:

Um amigo, queria arrancar a fórmula sobre a questão candidato limeirense a senador. Ao que respondi, que em política, não se deve dar a receita completa a ninguem.

Ana Carolina:

Ana Carolina que já articula com lideranças estaduais sua candidatura a dep. federal, já entrou com duas representações contra a adm. municipal, após as eleições. E nenhuma nota foi divulgada pela imprensa escrita da cidade.
É que divulgar o trabalho da ex. candidata, vai mostrar que os outros ex. candidatos sumiram após as eleições. E alguns são bem endinheirados, e bancam parte da imprensa local.

Paulo Bufalo:

Na última semana recebi a ligação do presidente do PSOL campineiro Paulo Bufalo. Tivemos uma longa conversa.

Pra que pressa?.

Até dia 30 de setembro muita água rola por baixo da ponte.

Pedro Bom:

'' A maior vantagem de anunciar uma candidatura a prefeito e sair, não é o número de votos. É a credibilidade. Quando anunciar uma nova candidatura, todos irão acreditar''. Do experiente advogado. Que reforçou na última semana a condição de pre candidato a dep. estadual em bate papo em seu escritório.

Cesar Castelanos:

O líder da maior igreja evangélica da Colombia, dá a receita para as igrejas que não consegue segurar as pessoas que visitam seus templos. ''O modelo dos 12'', é o nome do livro.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

João Renato foi para o PCdoB.

Uma fonte ligada a direção do partido na cidade garante que o ex. prefeito de Iracemápolis João Renato, assinou sua filiação ao PCdoB, e deverá concorrer a dep. federal, dobrando com o cacique regional do partido Davi Ramos. Davi teria feito toda a articulação para que o ex. prefeito fosse para a sigla. O partido promete divulgar uma filação de peso na cidade de Limeira.

Merenda:

A ex. candidata a perefito pelo PCB de Limeira, Ana Carolina, protocolou mais uma representação no MP limeirense contra a adm. de Silvio Félix-PDT. Agora pede ao Ministério Público que investigue irregularidades na merenda escolar da cidade. Já é a segunda representação depois das eleições, e segundo apurou esse blog, deve ter mais novidades.

Pejon:

Pejon está negociando com o PV, e teria anunciado a possibilidade de ir para o PSC, do meu amigo Marcelo Zovico. Mas acredito que seu sonho seria voltar ao ninho tucano, e dobrar com Pedrinho.

Quem?.

O prefeito está com um abacaxi nas mão. Tem três pré candidatos à deputado em seu ninho. Sua esposa Constância, seu secretário e homem de confiaça Italo Ponzo, e o presidente da câmara. Na minha opinião, lançará a esposa, para etadual, não barrará o presidente da câmara para federal. Porém torrará todos os cartuchos possíveis na candidatura de Ponzo. pra cacifá-lo para a candidatura de prefeito em 2012. Sairá de casa em casa com o cara.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Falta tempo.

Tempo: Está difícil encontrar tempo. Não é fácil representar em 3 estados, um produto que é líder nacional do seguimento no país, e o terceiro da categoria no mundo.

Bomba: Logo tem novidade desagradáveis para alguns da cidade.

Fato histórico: Hans Kraus, tentou. Mas em 2010, LImeira terá candidato a senador. Pode anotar.

Gostei: Gostei da frase que ouvi, de um amigo essa semana: '' Nunca vou duvidar de uma pessoa que escreve sozinha um plano de governo''. Acho bom mesmo.

As otoridades: Parece piada mas não é. Um bar que fica em frente a Dig, na vila Claudia, tem máquina caça níquel.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um texto para refletir.

Texto do professor Paulo Bufalo.

A crise e as lutas que marcam o 18 de maio

O aprofundamento da crise econômica coloca em evidência muitas lutas sociais pela disputa de rumos da sociedade. Além dos conflitos diretos entre o capital e o trabalho, comuns no cotidiano da luta de classes, tornam-se mais aparentes aquelas que ocorrem pelo fortalecimento de valores de solidariedade, humanidade, ternura e liberdade.

A crise é também uma crise societária, uma vez que, para garantir a continuidade dos padrões de acumulação de dinheiro para um grupo seleto de poderosos, o sistema capitalista passa da exploração à superexploração e desta, a mais profunda espoliação do ser humano e da natureza.

Isso se manifesta na vida da classe trabalhadora das formas mais cruéis. No campo, um trabalhador canavieiro, caso não corte 15 toneladas de cana por dia, para alimentar as usinas dos heróis nacionais será considerado improdutivo e, por isso, doa-se até cair morto, extenuado pelo trabalho. Nas cidades as comunidades submetidas à pobreza, ficam cotidianamente sujeitas ao extermínio de seus jovens, como vítimas das ações do próprio Estado, por falta de opções e políticas, mas, essencialmente, pela ausência total da possibilidade de serem incluídos neste sistema como consumidores ou produtores de mercadorias.

Pesquisa divulgada recentemente realizada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), sobre as ações das polícias no estado de São Paulo, no que se denominou maio sangrento, supostamente, como reação aos ataques do PCC de maio de 2006, revelou que 80% das 493 pessoas mortas tinham menos de 36 anos e apenas 6% tinham antecedentes criminais.

Romper com valores difundidos por esta sociedade da espoliação, como o individualismo, a ganância, a indiferença, a resignação e o preconceito requerem esforços permanentes e lutas radicais, no sentido de atacar às raízes dos problemas sociais instalados. Sem esta radicalidade os projetos e políticas são apenas paliativos e instrumentos de contenção da sociedade.

O dia 18 de maio é marcado por duas destas lutas sociais.

A luta antimanicomial, articulada no Brasil a partir do Congresso de Trabalhadores da Saúde Mental ocorrido em Bauru (1987), foi o início da superação do tratamento de pessoas acometidas por sofrimento psiquiátrico e ou desvio psicosocial através de privação do convívio com a sociedade.

O antigo sistema manicomial envolvia e ainda envolve tratamentos agressivos através de procedimentos químicos (drogas legais) e físicos (eletrochoque, camisas de força, prisão em solitárias), usados com o intuito de devolver o paciente à normalidade psíquica moralmente aceita.

Foi da ousadia da desinternação, da abertura das grades, do rompimento das correntes e da eliminação da tortura, que nasceu a possibilidade se trilhar por caminhos até então negados a uma parcela da sociedade e, assim, iniciar a construção de uma outra história com o protagonismo das próprias pessoas acometidas.

A outra luta que marca o dia 18 de maio é o enfrentamento à violência e à exploração sexual contra crianças e adolescentes. Com aprovação da Lei 8069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente, a luta por uma nova concepção da infância e da adolescência no Brasil ganhou um alento importante. É neste cenário que se insere o combate a todas as formas de violência contra crianças e adolescentes até então consideradas pessoas menores também em seus direitos.

O abuso e a exploração sexual constituem formas das mais brutais de violência, fruto das desigualdades sociais, da discriminação de gênero, raça e etnia, do machismo e de relações de poder fortemente enraizados em nossa sociedade. Elas se manifestam de muitas formas, inclusive, dentro da própria família e para fins comerciais na prostituição, na pornografia, na pedofilia e no tráfico.

Por suas características, seu enfrentamento necessita ações articuladas e de caráter continuado que assegurem a proteção integral à criança e ao adolescente e rompam com a cultura da exploração e da impunidade de agressores.

O dia 18 de maio foi instituído como Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infanto-Juvenil, em referência a um crime ocorrido nos anos 70, em que a menina Araceli Cabrera, então com oito anos, foi brutalmente assassinada, após ser estuprada e torturada por membros de uma tradicional família em Vitória - ES, que até hoje não responderam pelo crime.

Em tempos de aprofundamento das crises do capitalismo, as mobilizações sociais em torno destes temas pretendem reafirmar o desafio de transformar valores e relações de poder nas quais prevalecem os interesses do capital e as lutas por um outro mundo. Lutas que, num sentido mais amplo também visam ao rompimento das amarras e à emancipação da estrutura dominante e, por isso também, luta de classes.

Paulo Bufalo .Professor e Presidente do PSOL Campinas

p.bufalo@uol.com.br

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Reflexão.

A chuva do Piauí
Ricardo Gondim

Consternado, ouço que dois estados pobres do Brasil continuam castigados por um aguaceiro inédito, principalmente em se tratando de nordeste – se bem que o Maranhão tende para o norte. Desalojados das taperas de pau-a-pique, mulheres, crianças, idosos e camponeses foram obrigados a se albergarem em galpões construídos para animais. Triste, muito triste!

Reflito nas implicações teológicas dessas tragédias. Dentro da lógica que fui treinado, Deus permite tais acontecimentos para que as peças de seu imenso tabuleiro se encaixem. Assim, ele, o Todo-Poderoso, conduz a história para o apogeu final.

“Mas”, minha mente irrequieta e atrevida pergunta, “por que o Senhor tem tanta birra de pobre?; por que os dramas alcançam primeiro os que se arrastam por uma existência inumana?; e sempre com mais perversidade?". No final de maio, o âncora do jornal das oito e quinze avisou que a temperatura global continua sua escalada gradativa. Em 2030 estará dois graus mais quente. O globo sofrerá, mas a devastação da África terá dimensões apocalípticas.

Basta fazer uma conexão simples. Se Deus é bom, como eu acredito, os modelos teístas da teologia clássica se mostram inadequados. Não é possível que na distribuição dos castigos, a ira divina sempre comece pelos pobres. Para mim, as razões que tentam desatar o nó da teodicéia, empacam. O choro de crianças agonizando em clínicas imundas, as valas rasas que sepultam multidões, os campos de refugiados das Nações Unidas esbofeteiam os teóricos da religião.

O modelo de compreensão de Deus e de sua relação com a humanidade precisa ser repensado. Caso contrário, restam dois caminhos: cinismo ou perda da fé. Cinismo significa a afirmação do dogma sem preocupação de conectá-lo com a realidade.

O fundamentalismo cristão navega nestas águas. Para um fundamentalista, não importa o tamanho da catástrofe ou o horror do holocausto, desde que o texto seja garantido e o dogma, enfatizado. Acreditam que para cumprir uma profecia, Deus não hesita em produzir fome, peste, guerra.

Apresentaram esse Deus a Carlos Drummond de Andrade. O poeta o rejeitou, preferindo o ateísmo. Sua crônica Capítulo do Gênesis expressa a profundidade de sua indignação:

1. E o Senhor, vendo que os homens não melhoravam, antes se tornavam piores, decidiu mandar-lhes uma chuva de advertência; e com isso lhes manifestava seu enfado, e que outro dilúvio não estaria fora de suas cogitações,

2. E a chuva começou a cair, a princípio alegre com seu destino de chuva; insistente, depois, e zangada, fazendo aluir a morada dos homens.

3. E os caminhos se encheram de lama, e na lama passavam cadáveres de criancinhas com suas bonecas; e também boiavam corpos de velhos e de moços na eflorescência do amor.

4. E as águas cumpriram seu serviço e se retiraram ao campo de um dia; e quedou sobre a Terra uma dor feita de mil dores.

5. Nisso vieram os sábios da cidade e puseram-se a fazer a exegese da catástrofe; e concluíram que todo o mal provinha de certas povoações altaneiras, desligadas do corpo social, a que se dava o nome de favelas.

6. As quais, dependuradas na crista e no declive dos morros, vertiam sobre a cidade, com algumas notas de músicas, seus detritos e sua miséria, travando o escoamento das águas.

7. E individualmente se chamavam Querosene, Escondidinho, Pasmado, Martelo, Pretos Forros, Cabrito, Vintém, Cantagalo, Curras das Éguas, Nheco, Borel, Esqueleto, Catacumba e apelativos que tais.

8. E mereciam ser destruídas; pelo que se escolheu a Favela da Catacumba, de nome exemplar, para ser arrasada primeiro que as outras, e das outras a hora soaria a seu tempo.

9. E milicianos, na calada da noite, subiram até lá e arrasaram-na, ateando fogo aos escombros; e os sábios se persuadiram de que haviam acabado com a causa primeira da enchente.

10. Embora não houvesse acabado com a causa maior das favelas; e os favelados foram recolhidos a uma casa de boa-vontade, enquanto seus pertences tomavam rumo de uma praça de jogos, Maracanã chamada.

11. E havendo entre esses alguns tamboretes e cadeiras, bem podiam ser aproveitados para assento de amadores das grandes justas de atletas, que eram a glória da cidade.

12. E reinou sobre o morro um silêncio catacumbal, que nem a voz de um papagaio bicava.

13. E seus antigos moradores, depois de alguns dias na casa de asilo, subiram a outro morro ainda virgem e lá plantaram seus fogos e entoam sua música.

14. E outra vez choverá o aborrecimento de Deus, e eles serão responsabilizados, expulsos, apartados de seus bens, e descobrirão novos terrenos de cume, de onde voltarão a ser tangidos.

15. E milicianos em número crescente desalojarão ainda mais numerosos catacumbeiros.

16. A menos que o Senhor, em sua ira, se lembre de consumar a ameaça promova a magna chuva final.

17. Da qual ninguém escapará; e depois dessa ninguém será acusado e molestado por ninguém.

18. A menos ainda que, a poder de palavras e sutis manobras, os sábios consigam desviar a atenção do Senhor para outros mundos ainda mais errados que este.

Teologia, que brota das tragédias, vai bater de frente com as elaborações absolutizadas dos pensadores profissionais. Admito, pode não responder plenamente a angústia que o sofrimento de inocentes suscita, mas será mais verdadeira.

www.ricardogondim.com.br