sexta-feira, 6 de março de 2009

Evento de peso.

Unidade Classista se reúne amanhã em Vinhedo.

Com o advento do governo Lula, a grande maioria dos movimentos sociais e sindicatos, ficaram de certa forma engessados. Pois se depararam com o governo que sempre lutaram para conquistar; porém viram, que nem todas as bandeiras que defendiam seriam atendidas (mesmo por um governo socialista como o de Lula).
Temas como reforma agrária, distribuição de renda, e valorização da força de trabalho, precisavam continuar na pauta do dia. Mas como?.
Já que o presidente, acenou para uma migração, para um governo de centro. Abandonando bandeiras históricas, como a luta contra os transgênicos, o fim das privatizações, a redução da jornada de trabalho, e tantos outros discursos, que o outrora sindicalista, defendeu à todos pulmões, diante de milhares de trabalhadores, durante sua trajetória, rumo ao topo do poder.
Para defender a causa trabalhista do operariado, tema que vou abordar, os sindicatos se uniram em torno de duas principais centrais sindicais: CUT- Central Única dos Trabalhadores, e Força Sindical. Há outras. Todavia de pouca relevância.
A primeira, sempre foi comandada com braço de ferro, pela ''tropa de choque'' do PT. E foi berço para a geração dos principais quadros do partido. Já a segunda, sempre preferiu atuar como ferramenta de oposição à primeira.
Além de possuir idoneidade questionável, desde sua fundação.
Já a CUT- sempre ostentou o estigma de central ''boca quente''; Aquela que ''fazia e acontecia". Que liderava greves geral em todo o território nacional, e ocupava o status, de ''porta voz'' da classe operária. O que já não tem desempenhado desde que Lula, chegou ao poder. Ao que se nota, a entidade preferiu ''encostar'' no governo. Algo do tipo: já que isso foi conseguido com nosso esforço, porque não usufruí-lo?.
Esse foi o mesmo pensamento que impregnou a mente da chamada ''articulação'', ou ''campo majoritário'', ala mais ''à direita'' do PT.
Por outro lado, um grupo de sindicatos, que integravam a CUT, e alguns que ainda integram, resolveram proclamar sua independência do atual governo. Entendendo que Lula, não representa mais seu ''sonho de governo'', e que a CUT se tornou apêndice deste.
Esse grupo, que é liderado por sindicalistas, que integram os partidos ainda seguem o chamado ''programa político de esquerda'', capitaneado principalmente por quadros ligados ao PCB, propuseram a criação da INTERSINDICAL.
Que é o embrião, para uma nova central sindical. Que corresponda ao que a CUT representou em sua fase inicial.
Para se ter uma idéia, o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas, já se desligou da CUT, e passou a se reportar somente a ''INTER'', como vêm sendo chamado por seus integrantes.
Esse agrupamento está reunindo dirigentes das mais diversas categorias de trabalho, tem em sua organização interna, agrupamentos, chamados ''tendências''.
São as correntes que defendem de forma uníssona, determinadas posições.
E quanto maior for a corrente, maior será o poder de decisão dentro da futura central.
Com esse intuito, o PCB, fomentou a criação da Unidade Classista: uma corrente que defenda as posições segundo o pensamento de esquerda, dentro da INTERSINDICAL.
A Unidade, como é chamada por grande parte dos seus seguidores, está ganhando força no campo sindical. Para se ter idéia, dos 60 diretores do Sindicato dos Químicos de Campinas, quase 30 já se filiaram à citada corrente.
Ao que tudo indica, deverá ser uma das maiores (se não a maior) dentro da futura central.
Com o intuito de definir posições para a corrente, e traçar estratégias de crescimento, a Unidade se reunirá neste sábado na cidade de Vinhedo, e promete ser um dos maiores encontros se sindicalistas, já realizado no estado.
Para integrar a corrente não é necessário ser filiado ao PCB. Mas precisa ser de esquerda.

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